quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

                              
                                 Sopa de letrinhas



Confesso que não é um dos melhores dias - nem um dos melhores textos. Apesar de toda aquela diversão, momentânea, sempre acabo fluindo para o mesmo caminho. Para o pensar desnecessário. O remoer de ideias já moídas em minha cabeça; em meus pensamentos. Dessa vez penso ser algo tão indiferente que até me questiono do real valor dessas palavras. Se bem que tudo aparenta ser indiferente. Mas para os outros, não para mim. E é justamente sobre essa força que carrega o sentido das letras unidas, que me desperta esse desejo de escrever. Qual é o real sentido das palavras? Em que se difere um ‘’eu te amo’’ de um ‘’ eu te odeio’’? Qual o contraste que enxergamos em um ‘’ vai se ferrar’’ de um ‘’gosto de ti’’? Seriam óbvios. Odeio-te, nos leva a crer no ódio. Amo-te, nos leva a crer no amor. Mas, é realmente essa a intenção de quem as profere? É odiar ou amar? Talvez possa existir aquele que ama e diz te odeio. Aquele que odeia e diz te amo.  Não. ‘’Sr. Talvez’’, suma daqui. Existem essas pessoas. E, por mais estranho que seja, o antagonismo as fascinam. Acendem a chama ‘’ prazer do intelecto’’. Se você não é esse tipo de pessoa, certamente as achará loucas. Descabidas. Inverossímeis. Entretanto, são as pessoas mais interessantes que conheço. São contrárias a correnteza social! Existe algo mais interessante? Bem, sem essa de correnteza. Gosto de peixes que nadam tanto para a esquerda quanto para a direita. Façamos o seguinte: queimemos essa pobre ideia de sentido da correnteza. Blá,blá. Coisa mais inútil. Os seres são apenas do avesso. Ou melhor, ficam do avesso. Mas sempre quando você  veste o avesso, se desvira. Embora sempre torne a tal circunstância. A do avesso. Pois bem, as pessoas são assim. Ora ao contrário, ora do lado correto. E as palavras seguem esse caminho. Eu, na verdade, torço por esse caminho. O caminho da ré do falar. Seria triste pensar na irracionalidade das pessoas. No não saber que as frases tem sentido. É tão intragável ver pessoas se utilizarem das palavras como se fossem de direito. Pois bem.  Essa minha pífia análise só me serviu para introduzir um pensamento. As palavras possuem real valor? Uma colega disse que não. Um professor disse que sim. Acredito que essas letras, miúdas ou gigantes, faladas ou escritas, constituem o sexto sentido humano. Mulheres, parem de ler e vão dormir se realmente acham que o sexto sentido é feminino. O sexto sentido pertence às palavras. O sexto, o sétimo, o oitavo... Os sentidos que regem nossa vida pertencem às palavras. Você ouve letras, sente frases, profere textos, respira pingos no ‘’is’’ e mastiga cedilhas dos ‘’cs’’. Creio que o real sentido das palavras está na cabeça de cada ser. O que a mim é sim, a você pode ser não. Portanto, não afronte a criança que diz não querer banho. Para você, essas palavras remetem uma criança suja. Para a criança remete minutos preciosos de mais diversão. Não subestime o sentimento do adolescente. Mesmo que surgido há uma semana. Deixe-o dizer o ‘’te amo’’dele. Sua definição de tempo pode ser diferente da dele. Não devemos cair nessa armadilha de acreditar que podemos julgar a palavra do outrem. Se, na sua opinião, tem 5 quilos de imaturidade, para ele tem uma tonelada de sinceridade. Sejamos mais flexíveis. O real sentido das palavras está dentro de todos os seres. E cada ser, querendo ou não, possui balança própria para pesar sua sopa de letrinhas.

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